Festas, SIM todos adoram. Contudo, depois de alguns anos de Canadá sempre penso em quantas manias deixei para trás. Eu sempre insisto que a vida aqui é muito mais simples e isso não significa uma perda, até porque qualidade não está diretamente relacionada com quantidade.

Eu nunca fui apegada a datas e grandes celebrações. Até no Brasil fiz algumas festas de bom tamanho por força da situação ou até para agradar ninguém. Mas aqui isso acabou. Me identifico muito com a maneira pura e realista dos canadenses em comemorar certas datas.

É óbvio que acabamos trazendo muito das nossas referências, mas isso é o que nos diferencia e transforma esse país num lugar tão especial. É essa mistura que faz o Canadá ser tão interessante e descomplicado.

Crianças

Somos um povo colorido e extremamente criativo. Quando pensamos em aniversário de criança a primeira coisa que vem à cabeça é: qual será o tema. Pois bem, muitas festas aqui não são temáticas. O importante é ter espaço para correr, pizza, sucos, balões, um bolo colorido, algumas frutinhas para ficar bem na fita e está ótimo. Lembra muito os aniversários da minha infância.

Ninguém levará em consideração se for uma comemoração humilde ou seu filho não estiver com uma roupa nova. O que vale é ver o sorriso do seu pequeno estampado no rosto. Aliás, a maneira como você se veste é uma das últimas preocupações das festas.

Você sabe o que é uma pinãta?

E aqui temos a santa “Dollarama” loja onde você encontra tudo por preços excelentes. O que de fato não pode faltar são as lembrancinhas, que muitas vezes é um simples saquinho com guloseimas ou brinquedinhos (do tipo 1,99) e uma “pinãta” que é um costume bem comum na costa leste.

A pinãta, para quem não conhece, é que um brinquedo feito de papel crepom cheio de balas. Ela é pendurada a certa altura para que as crianças batam com um bastão para estourá-la e espalhar as guloseimas. São as grandes emoções das festas da infância. 

Aquele glamour das festas brasileiras com mil efeitos especiais é algo que os canadenses não conhecem, ou se conhecem, só nas grandes cidades. Aqui onde moro é coisa rara. Acho que a única festa que fui com “certa” ostentação  foi o aniversário de um ano da filha de uma amiga. E o tema era a própria criança, com fotos espalhadas por todos os ambientes.

Os canadenses adoram registrar momentos. São do tipo que ostentam nas paredes de casa retratos do tipo propaganda de “margarina” com famílias perfeitas usando roupas passadas a ferro quente. É o clássico retrato da realeza. 

Adultos

E como os pais se divertem ?  A rede de apoio é escassa, babysitter é artigo de luxo e os parentes estão longe. Muitos dias estamos a um passo da loucura. E isso fica bem claro para quem acompanha as minhas aventuras pelo Instagram.

As reuniões entre amigos e famílias são parecidas com o que fazemos no Brasil. Muitas atividades ocorrem no estilo “potluck” em que cada um trás um prato que será degustado pelo grupo. E mesmo se não for a evento “potluck” é sempre deselegante chegar de mãos abanando. No mínimo você leva um vinho ou uma sobremesa, até uma flor. Agimos na base do profeta Gentileza: “gentileza gera gentileza”.

Acho muito engraçado que os homens canadenses desta região não dançam – será que também é assim nas outras províncias ? Talvez por vergonha, falta de jeito. Em todas as festas vejo as mulheres rodopiando e os homens firmes com a cerveja na mão. 

Relax

Existe um costume bem comum das mães saírem em grupos –  sem filhos para –  relaxar. Pode ser um para um simples café ou até um happy hour num bar. É meio que um pacto de sanidade mental. Um dia do mês ou da semana fica reservado para tal atividade.

Não sei se isso já acontece no Brasil, mas aqui é bem comum. Muitas mães também organizam viagens anuais só de meninas. Mas acho muito válido e necessário. Se Deus quiser um dia eu conseguirei também entrar neste esquema .