Os ciclistas que conheço e moram no Canadá sempre me falaram sobre pedalar em Kingston. Quando cheguei no Canadá, há um ano, minha primeira aquisição foi uma bicicleta. Dia desses encontrei a nota fiscal do Canadian Tire perdida entre documentos antigos e me lembro exatamente da alegria desse dia: meus percursos mais longos começariam a ser feitos em menor tempo. Era tudo que eu precisava naquele momento de tanta correria.
A terapia do pedal
Comprei por estímulo e pelo simples motivo que pedalar no Canadá é uma delícia. Aqui você está longe de driblar o trânsito e correr riscos. O único perigo talvez seja você mesmo. Não há nada melhor que trocar o carro pela bike pelo menos até meados de dezembro. Depois, você até encontra alguns corajosos se arriscam pelas ruas escorregadias com o pneu certo até janeiro. Depois se torna impossível essa terapia.
Em Kingston (ON) existem diversos circuitos com excelente sinalização. A região investe nas ciclovias e já foi reconhecida, em 2012, como uma das cidades mais “Bike friendly” do país, segundo a “Share the Road”, instituição criada para ajudar as cidades a se tornarem mais adeptas e preparadas para receber os ciclistas.
Regras
A cidade inclusive disponibiliza na Internet um mapa com todas áreas para se pedalar e os níveis de “conforto” das trilhas ou trechos asfaltados. É só conferir no http://www.trails-at-a-glance.ca . E para quem leva o ciclismo mais a sério, estradas com pisos perfeitos para os profissionais do ramo são o que mais chamam atenção por aqui.
Da janela do meu apartamento vejo com frequência passarem os “pelotões” de ciclistas em treino, geralmente de manhã cedo e no fim do dia.
Já quanto às regras vigentes, a orientação serve para toda a província e exige, entre outros, uso obrigatório de capacete abaixo de 18 anos de idade (multa de 60 dólares) e respeito a sinalização e marcações no asfalto. As crianças que acompanham nas cadeirinhas também precisam usar capacete.
Até hoje nunca presenciei acidentes, mas vejo que os ciclistas são mais ponderados e sinalizam de fato. Ninguém atravessará na sua frente sem antes movimentar o braço mostrando o lado que irá na entrar.
Viagens seguras
Outro ponto interessante é a segurança. Há poucos dias vi um atleta deixando a bicicleta de carbono, que deveria custar uns dez mil dólares, na frente de uma cafeteria sem preocupação alguma. Confesso que, como boa brasileira, por mais que tenha que me acostumar com toda essa tranquilidade, continuo caminhando agarrada na minha bolsa e confirmando vinte vezes se o cadeado da minha bicicleta travou direito.