Para começar a semana o pacote ideal: um sol maravilhoso e temperatura a 15 graus centígrados. O lago Ontário tinindo na transparência e a brisa leve que lembra o mar. O único porém são as nuvens de mosquitinhos que se proliferam por todos os lados e praticamente engolem quem estiver no caminho. É desagradável, mas a natureza é sábia. Também vejo pequenos coelhos que passam a jato como se estivessem em fuga (e talvez estejam) .
Na temporada passada não tinha percebido a presença destes orelhudos, só dos esquilos. Eles estão por toda parte e tornam a caminhada com os meus cachorros um ato quase heróico. Entre puxadas e latidos vou em busca de locais desabitados para as necessidades caninas.
Esquilos são ariscos, mas como existem pessoas que alimentam os bichos, alguns se aproximam até demais. Pela minha pesquisa de bastidores, estes roedores não são bem vistos por aqui. Além de ligados na tomada – são bagunceiros e perambulam pela cidade vasculhando latas, furando sacos e espalhando lixo pelo chão. Mesmo no inverno eles mostraram presença, até porque esquilos não hibernam, apenas tiram cochilos mais prolongados nas épocas frias.
A espécie mais comum é a Sciurus carolinensis, conhecida como esquilo-cinzento. Somente no Canadá e alguns lugares dos Estados Unidos, como Boston, eu vi esquilos pretos, uma mutação genética da espécie.
Fui atrás e descobri que estes roedores pretinhos são predominantes em Ontário e nativos daqui. Em alguns textos li que eles foram introduzidos nos Estados Unidos como presente. Entre os anos de 1902 e 1906, dezoito esquilos pretos foram enviados diretamente do Rondeau Provincial Park, no sudoeste de Ontário, para o Zoo de Washington DC, para agradar o então presidente americano Theodore Roosevelt. Eu, particularmente, não acredito nisso. Duvido que criaturas tão ágeis não tenham atravessado a fronteira por conta própria.
Eles são rebeldes sem causa e rumo. Prova disso é que os esquilos pretos que hoje habitam o oeste canadense, região da British Columbia, são descendentes de 12 esquilos importados da cidade de Nova Iorque entre os anos de 1910 e 1913, que foram liberados no Stanley Park, em Vancouver.
E estes pretinhos nova iorquinos são, por sua vez, descedentes lá dos esquilos enviados para o presidente Roosevelt. Imaginem que há mais de um século um grupo de esquilos pretos migrou por conta própria da capital americana para o Norte, chegando até NY. Êta grupo unido pela melanina.
O fato é que mesmo com toda essa movimentação migratória que foi rasteada por DNA eles continuam raros. A cada 10 mil nascidos apenas um é preto na América do Norte. Isso sim é se destacar na maioria. Sem preconceito racial, por favor. Fiz algumas imagens no parque da cidade dos roedores que se aproximavam e constatei que a relação esquilo – ser humano está muito mais próxima do que eu imaginava.
Ola cai no seu post pesquisando sobre os esquilos pretos, moro em um condominio no Canada, e recebo diariamente visitas desses pequeninos, eles escalam minha janela como pedido de algumas castanhas e amendoim sem sal. Porem recentemente notei que alguns deles tem suas mamarias sem pelo em volta (talvez fase de amamentacao) e outros estao aprendendo comportamentos bem curiosos para tentarem entrar dentro de casa! Foi interessante ler e entender um pouquinho da genetica desses novos amiguinhos! Gostaria muito de ouvir mais sobre, e talvez conhecer algumas das fontes que voce usou. Tenho tentado encontrar algum assunto sobre, mas infelizmente nao encontrei muitas pesquisas sobre os esquilos pretos.