E nada melhor que publicar o primeiro post no início da estação mais esperada pelos canadenses. O verão é consequência, mas a primavera é sagrada. Nem descongelaram os amontoados de neve, os patos do lago Ontário ainda não voltaram, mas a festa começa com o primeiro urso que acordou em Vancouver e o retorno dos esquilos. Nos supermercados já temos flores e os pacotes com sementes na prateleira.
É época de pensar no jardim e lavar os casacos pesados. Descartar as botas velhas e abrir as janelas quando o sol está a pino. ” Temos que acreditar em alguma coisa” , disse um canadense há alguns dias sobre a contagem regressiva para a primavera. Há quem diga que este inverno foi o pior dos últimos 20 ou 30 anos, já que no mês de março as temperaturas deveriam alcançar os dez graus positivos. Até então se chegamos aos cinco foi raro.
Enfim, tudo é lucro depois de várias semanas com temperaturas negativas. As ruas ganham atletas que arriscam correr de bermuda e camiseta de manga curta. Há duas semanas as rádios locais tocavam “Born to be wild” vezes seguidas durante durante uma nevasca repentina. Hoje notei que a sequência musical já mudou para batidas ritmadas, reggae e algum rock and roll. Apesar do frio que insiste, temos um discreto sol que esquenta as mentes e agita o corpo. Nada derruba o guerreiro que hibernou desde dezembro.