Imigrar para o Canadá. O que move o seu projeto?
Sempre faço essa pergunta. Até porque muitas pessoas me procuram para saber como e por onde começar. Talvez o marco inicial seja exatamente refletir sobre “O que você busca para sua vida no Canadá“.
No caso da Priscila e do André, de Goiânia, como muitos, a desilusão com a situação econômica do Brasil foi o ponto principal. Eles já estão estabelecidos profissionalmente e levam (ou levavam) um vida relativamente tranquila.
A hora de mudar
Mesmo assim resolveram seguir um novo caminho. Chegamos a trocar algumas informações pelo Instagram. Dei meus pitacos durante a viagem exploratória que fizeram pelo País e curti as milhares de fotos do “Cao”, um cocker spaniel lindo que me faz lembrar o “Brutus”, meu cachorro de infância.
Para quem está começando agora o seu planejamento, anotem as dicas preciosas deste casal que está se despedindo do Brasil. A Priscila chegará primeiro em Toronto, mas até o final de 2019 a família estará completa em terras canadenses. É mais um #projetocanadá colocado em prática. Confira:
Canadiando: O que pesou na escolha por Toronto?
Priscila: Foi muito difícil escolher uma cidade. No começo de 2018, fizemos um “soft landing” como residentes permanentes e aproveitamos para fazer uma viagem exploratória. O problema é que gostamos de todas as cidades por onde passamos, o que deixou a escolha ainda mais difícil.
Eu, Priscila, já fui para o Canadá achando que não iria gostar de Toronto e a cidade me surpreendeu. É bonita e não tem aquele “clima de pressa” das metrópoles. O inverno não é tão rigoroso. O
transporte público é muito bom e não é necessário colocar os animais em bolsas de transporte, eles podem andar usando somente coleira e guia. Também há muitas opções de lazer, e, para mim, que sou do interior, o lago é uma verdadeira praia!
Depois que voltamos para o Brasil, comecei a pesquisar empregos na nossa área e percebi que grande parte das vagas é nas sedes das empresas em Toronto. A única coisa que pesa contra a cidade é o custo de vida mais elevado.
Priscila: Nós já somos residentes permanentes e a idéia é chegar e trabalhar. A minha intenção é procurar um emprego operacional já de início e não ficar parada. Assim ganho tempo para procurar um trabalho relacionado à economia.
Eu sou professora universitária, mas pretendo sair do meio acadêmico e migrar para a área de research, analytics ou business intelligence em empresas. Eu também gosto de estudar e não descarto fazer uma pós-graduação. O André vai continuar trabalhando no Brasil por um tempo e isso nos dará um pouco mais de segurança financeira no começo.
Um pouco antes de viajar para o Canadá, comecei a estudar francês por um aplicativo. Aprendi algumas palavras e fiquei super feliz por entender um pouquinho de francês em Quebec. Desde que voltei para o Brasil continuo estudando. Usar aplicativos é legal para quem, como eu, não sabe nada. Quando chegar no Canadá quer sim iniciar um curso de francês.
Canadiando: Pelas suas pesquisas, para qual província você não iria? Qual o motivo ?
Priscila: No momento, não iríamos para Yukon, Northwest Territories e Nunavut, pois são locais muito isolados. Quem sabe um dia quando estivermos bem adaptados. Eu adoraria conhecer Saint John’s, em Newfoundland and Labrador, simpatizo muito com a cidade.
Canadiando: Qual a sua principal fonte de pesquisa sobre o Canadá ?
Priscila: Acho que a nossa trajetória foi oposta à maioria das pessoas. Nossa primeira fonte foi o site do governo canadense, eu li praticamente o site todo antes de procurar outras fontes. Depois, eu comecei a ler alguns blogs de brasileiros que estavam indo para o Canadá.
Eu sigo alguns canais no YouTube, mas confesso que não tenho muita paciência para ver vídeos. Também comecei a seguir pessoas no Instagram que estão em várias cidades. Eu gosto muito de fotos e adoro ver as diferenças entre os lugares!
Canadiando: Usou o serviço de algum consultor ?
Priscila: Não usamos nenhuma consultoria. Acho que o fato de meu marido e eu sermos funcionários públicos e estarmos acostumados à burocracia nos ajudou. Tem que ter paciência, ler tudo com muita atenção e conferir todos os documentos, mas não é um bicho de sete cabeças.
O lado bom de não usar o serviço de um consultor, além de economizar, é aprender sobre as leis de imigração e sobre como funciona o setor público no Canadá.
Canadiando: Você já veio para o Canadá antes ?
Priscila: Eu fui para o Canadá pela primeira vez em 1995. Foi uma viagem turística, com meus pais. Nós ficamos uma semana e passamos por Niagara, Toronto, Ottawa, Montreal e Quebec City. Super corrido, mas nós adoramos! No começo deste ano, eu e o André fomos para o Canadá para fazer o landing (última etapa do processo de imigração).
Foi a primeira viagem do André para o país e nós procuramos conhecer o máximo possível. Chegamos por Halifax, passamos por Moncton, Quebec City, Montreal, Ottawa e Toronto. Fomos de Halifax para Moncton de ônibus e, depois, fizemos os outros trechos de trem. De Toronto, alugamos carro duas vezes para conhecer cidades próximas.
Fomos a Niagara, Niagara-on-the-Lake, Guelph, Kitchener, Waterloo, Cambridge, Woodstock e London. Nós conhecemos brasileiros em várias cidades e pudemos conversar sobre morar em cada local. A viagem foi excelente e nós confirmamos que o Canadá é o país onde queremos viver.
Não nos importamos em dar alguns passos para trás se tivermos liberdade e nossa vida no Canadá for mais feliz !
Canadiando: Como você imagina a sua nova vida por aqui ?
Priscila: Imaginamos uma vida tranquila, com mais tempo para fazer coisas simples, como ler, passear pela cidade ou cozinhar. Nossa casa certamente será minimalista, um apartamento pequeno, sem carro, poucas roupas e muito DIY ( Do it Yourself !).
Acreditamos que o início da vida profissional será a parte mais difícil, mas imaginamos um trabalho menos estressante e sem a necessidade de compartilhar nossa vida pessoal com colegas de trabalho. Além disso, achamos que há boas oportunidades profissionais para quem mostra mérito e dedicação. Aos poucos, esperamos conhecer lugares legais, viajar, aderir aos costumes locais e construir nossa cidadania canadense.
Canadiando: Qual seu maior medo em emigrar do Brasil ?
Priscila: No curto prazo, tenho medo de ficar muito sozinha, já que o André vai voltar para o Brasil. No longo prazo, estaremos juntos, mas tenho receio de não encontrar amigos que se tornem nossa “família canadense”.
Para o André, o maior medo é de como será o nosso estabelecimento profissional no Canadá. Por mais que não nos importemos em dar alguns passos atrás em nossas carreiras, a incerteza sobre o futuro é um pouco angustiante.
Canadiando: Você também cogitou imigrar para outros países ?
Priscila: Pesquisamos rapidamente EUA, Austrália e Nova Zelândia. Nos EUA, a imigração para nós só seria possível se conseguíssemos um emprego e o visto seria vinculado a este.
A Austrália e a Nova Zelândia têm processos para trabalhadores qualificados parecidos com o Canadá, mas achamos que eram mais “arriscados”.
No Canadá, nós usamos a experiência profissional brasileira para conseguir pontos para a imigração, mas não temos que conseguir empregos com o mesmo nível de qualificação. Além disso, o Canadá é mais próximo do Brasil e os custos com viagens são menores.
O Projeto Canadá visa contar as que conta as histórias dos futuros imigrantes de língua portuguesa que estão planejando o melhor caminho para recomeçar a vida na América do Norte.
🎯 Se você pretende vir para o Canadá, está com tudo planejado e quer dividir a sua história e ajude a inspirar muitas pessoas com o seu projeto.